Em 10 de julho, a Circle anunciou oficialmente a integração do USDC nativo e do CCTP V2 na Sei, após o lançamento em ecossistemas como Ethereum, Solana, Base e Arbitrum. Com essa iniciativa, a Sei se consolida como uma das principais redes para integração do USDC, evidenciando a força e o vigor crescente de seu ecossistema.
Mas afinal, o que é o CCTP V2? Em síntese, é o novo Protocolo de Transferência Cross-Chain de última geração da Circle, criado para viabilizar transferências cross-chain simples e seguras, em um só passo. Com o CCTP V2, tanto usuários quanto desenvolvedores conseguem transferir USDC nativo com segurança entre 13 blockchains públicas líderes e 156 rotas de liquidez—sem bridges complexas, fragmentação de liquidez ou taxas elevadas. Na prática, é tão fácil e fluido quanto transferir dinheiro físico entre cidades.
Esta integração vai muito além de “adicionar mais uma rede”. O suporte ao USDC nativo tornou-se um dos principais indicadores de atividade real e atração de usuários em ecossistemas blockchain. Por ser o maior stablecoin regulado (USD) do mundo, toda nova integração do USDC da Circle reflete confiança profunda na base de usuários, massa de capital e ecossistema de desenvolvedores daquela rede. Ao ingressar no seleto grupo de blockchains com suporte nativo ao USDC, a Sei entra oficialmente no “clube mainstream” das blockchains—abrindo espaço para influxo de capital, usuários e desenvolvedores, além de antecipar o próximo ciclo de desenvolvimento do ecossistema.
Para dimensionar o impacto da integração do USDC nativo com o CCTP V2, é fundamental observar as tendências macro que impulsionam o “bull market dos stablecoins”.
O ponto de partida são os mercados de capitais: desde o ano passado, a notícia do pedido de IPO da Circle manteve o setor em alerta, e seu desempenho após a abertura de capital surpreendeu o mercado.
Em 5 de junho de 2025, a Circle estreou na Bolsa de Nova York (CRCL), cotada a US$ 31 por ação. No fechamento do primeiro dia, as ações chegaram a US$ 83,23—valorização de 168,5%—e a capitalização de mercado rapidamente ultrapassou US$ 18 bilhões, tornando-se um dos IPOs mais fortes dos últimos quatro anos. O movimento de alta seguiu: em meados de junho, as ações já acumulavam mais de 500% de valorização. No início de julho, o preço chegou momentaneamente a US$ 300, com market cap próximo de US$ 56 bilhões.
O avanço regulatório veio logo em seguida. A aprovação do Stablecoin Act nos EUA trouxe confiança: pela primeira vez, Casa Branca, Congresso e reguladores federais chegaram a um consenso, reconhecendo oficialmente os stablecoins como moeda, exigindo reservas integrais, auditorias e resgatabilidade irrestrita—estabelecendo altos padrões ao mercado. Stablecoins deixaram o status de produtos “cinzentos” e experimentais para se tornarem instrumentos legais e plenamente protegidos nos EUA. Para desenvolvedores, instituições e provedores de capital, este marco regulatório inaugura de fato a era da conformidade.
Com o Stablecoin Act (GENIUS Act) agora sancionado, os maiores bancos de Wall Street entraram no jogo. JPMorgan, Citi, Bank of America e Morgan Stanley anunciaram, em seus resultados do 2º trimestre, planos para ingressar no mercado de stablecoins.
Nesse último ano, o crescimento dos stablecoins superou quase todos os ativos nativos das blockchains principais. Em volume, liquidações e fluxos internacionais, USDT e USDC institucionalizaram-se como “o dólar on-chain”. Os stablecoins, hoje, talvez representem a realização mais próxima da visão de Satoshi Nakamoto para dinheiro eletrônico peer-to-peer.
Ter um stablecoin nativo mainstream é hoje um termômetro da saúde de qualquer ecossistema blockchain. O crescimento da emissão dos stablecoins sinaliza demanda genuína e entrada de capital fresco, enquanto queimas ou saídas são sinais de desaquecimento nas atividades.
Por essa ótica, integrar USDC nativo e CCTP V2 reafirma o histórico de crescimento sólido da Sei.
Como blockchain ascendente, a Sei apresentou indicadores on-chain notáveis nos últimos seis meses. Desde o início de 2025, o TVL saltou de US$ 208 milhões para US$ 600 milhões—aumento acumulado de 188% no ano. Já são mais de 200 Dapps ativos, comunidade de desenvolvedores vibrante e inovação contínua. A mainnet, já compatível EVM de alta velocidade, passa por um “Giga Upgrade” que promete ampliar a escalabilidade de forma significativa. Transações diárias, usuários e preços dos tokens também batem sucessivos recordes históricos.
O crescimento acelerado da Sei nos últimos 18 meses é visível em métricas estratégicas.
Primeiramente, TVL (Total Value Locked): de menos de US$ 10 milhões, em outubro de 2023, para mais de US$ 100 milhões em meados de 2024, ultrapassando US$ 700 milhões em julho de 2025—praticamente um crescimento exponencial. No final de 2024, projetos DeFi de ponta fizeram o TVL superar US$ 250 milhões. Em 2025, com mais bridges cross-chain, programas de liquidez e protocolos inovadores em operação, o TVL voltou a disparar—mais de 230% acima do início do ano, sinalizando entradas robustas de capital.
Fonte dos dados: DefiLlama
O avanço do TVL foi impulsionado, em parte, por Takara Lend e Yei Finance. A Takara Lend já ultrapassa US$ 100 milhões em TVL, oferecendo rendimento anual de 15,64% em USDT e 14,79% em USDC. O protocolo evolui de plataforma de empréstimos para camada programável de crédito dentro do DeFi—permitindo que cripto seja usado não só para investimento, mas também para pagamentos reais. A Yei Finance, maior projeto de empréstimo da Sei, lidera o ecossistema com US$ 380 milhões em TVL.
A média diária de volume negociado em DEXs conta a mesma história. Até julho de 2024, as exchanges descentralizadas da Sei raramente ultrapassavam US$ 10 milhões em volume diário. Após setembro de 2024, novos projetos e usuários elevaram rapidamente os volumes para mais de US$ 100 milhões. Desde 2025, com a abertura para USDC, CCTP e outros mecanismos regulados, assim como a diversificação dos AMMs (liquidez concentrada, ordens limitadas, negociações cross-chain etc), o volume nas DEXs da Sei bate recordes, mantendo-se entre US$ 80 e US$ 100 milhões—sinalizando mercado dinâmico e engajamento acima da média.
Fonte dos dados: DefiLlama
A capitalização de mercado complementa o cenário: o token da Sei foi de menos de US$ 300 milhões no final de 2023 para US$ 1,8 bilhão com o primeiro airdrop e o lançamento da mainnet em 2024, mantendo sempre acima de US$ 1 bilhão desde então. Em março de 2025, a entrada de investidores institucionais e ferramentas compliant elevou o market cap ao topo de US$ 2,8 bilhões. Recentemente, o token permanece estável na faixa de US$ 2 a US$ 2,5 bilhões. Com ganhos sincronizados em TVL, volumes e market cap, a Sei comprova sua capacidade de atrair liquidez do varejo e institucional, cumprindo o papel de Layer-1 de alto desempenho.
Fonte dos dados: DefiLlama
No mesmo período, a Sei foi escolhida pela Wyoming Stable Token Commission como candidata a hospedar o WYST, stablecoin USD 100% lastreado. O WYST deve utilizar LayerZero para bridges cross-chain—o que indica que outros stablecoins soberanos e institucionais podem preferir a Sei para seus lançamentos.
No universo RWA (Real World Asset), a Sei também conquistou outro protagonismo. Em 17 de julho de 2025, a Ondo Finance anunciou a chegada do USDY (United States Dollar Yield) à Sei—primeiro ativo tokenizado de Treasuries nesta Layer-1 ultrarrápida. O USDY já funciona em múltiplas redes, soma US$ 680 milhões em TVL e oferece rendimento anual de 4,25% para investidores globais (excluindo EUA). Esta integração une rendimento de Treasuries de alto nível à capacidade operacional da Sei—marcando o primeiro passo da rede no mercado DeFi institucional.
Os esforços de desenvolvimento da Sei vão além. O “Giga Upgrade” está no centro de uma revolução na infraestrutura. O novo whitepaper Giga detalha: um cliente EVM próprio de altíssimo desempenho, capaz de gigagas throughput (bilhões de gas por segundo) por meio de pré-compilação, análise de dependências estática e execução paralela; consenso Autobahn multi-lane que elimina gargalos de proposta única com paralelismo multi-proponente, reduzindo confirmação para menos de 700 ms; commits de estado assíncronos e caminhos de storage otimizados via async state root, write-ahead logging e gravações em lote, desacoplando a execução de contratos das atualizações de estado e reduzindo drasticamente a latência.
Em testes, a Sei implementou 40 validadores em Singapura, Alemanha, Ohio e Oregon, simulando latência e banda reais. Nesse cenário, o Sei Giga entregou 5 Gigagas/s de throughput e confirmações abaixo de 1 segundo—atingindo performance on-chain equivalente à de sistemas Web2.
Esses avanços—de protocolos financeiros à infraestrutura—expandem os casos de uso do ecossistema Sei e fortalecem sua capacidade em crédito, compliance e gestão de ativos cross-chain. Do TVL ao volume de negociação, dos rendimentos em empréstimos ao lançamento de stablecoins em conformidade e upgrades de performance, a Sei opera no ápice, demonstrando evolução consistente como Layer-1.
A integração nativa do USDC e do CCTP V2 representa mais do que uma atualização técnica para a Sei—é um salto em valor para o ecossistema. Todos os fatores decisivos—experiência do usuário, fluxo de capital, atividade de desenvolvedores e reputação de mercado—avançam significativamente.
Para os usuários, o USDC nativo proporciona segurança e eficiência inigualáveis. Como o stablecoin regulado número um do mundo—com 100% de lastro, resgate 1:1 em dólar e supervisão regulatória rígida—o USDC permite movimentação de capital fluida, tanto para varejo quanto para instituições. Grandes volumes podem ser transacionados com Circle Mint, com total conformidade e liquidez. Ao incluir o USDC nativo, a Sei concede acesso direto à infraestrutura global de pagamentos da Circle. Seja você trader DeFi, equipe de projeto ou gestor de fundos, alternar entre dólares on-chain e off-chain agora é algo natural e simples.
O grande diferencial vem do alcance multichain do CCTP V2. Com ele, a Sei envia e recebe USDC nativamente de Ethereum, Solana, Arbitrum, Base, Optimism e outras 13 redes, cobrindo 156 rotas de capital. Para o usuário, transferências cross-chain tornam-se instantâneas e sem atrito—sem bridges complexas, swaps repetidos, ou preocupações com liquidez.
Desenvolvedores podem aproveitar o CCTP V2 para criar DEXs cross-chain, carteiras, pools de liquidez, GameFi, sistemas de pagamento, RWA e outros produtos financeiros na Sei—oferecendo pagamentos e transferências em USDC fluidos em qualquer rede.
A Sei se estabelece assim como hub estratégico multichain, atraindo liquidez, usuários e desenvolvedores de Ethereum, Solana e outras blockchains, além de sua própria base.
A migração do USDC da Noble para o USDC nativo inaugura uma nova etapa. Com o USDC nativo ativo, Circle e Sei Foundation conduzem uma transição organizada de liquidez, ampliando segurança, transparência, conformidade e conectividade global DeFi/CeFi.
Além disso, o “efeito ecossistema nativo” da Circle atrairá capital internacional e players institucionais para fazer da Sei seu hub on-chain. Cada atualização de liquidez reforça a reputação, escala e força de marca do ecossistema Sei.
Olhando adiante, a presença da Circle eleva o alcance global e o valor da marca Sei. Mais do que liquidez, isso abre portas para parceiros Circle, Dapps, instituições em conformidade e até bancos tradicionais ocuparem espaço na Sei—viabilizando empréstimos on-chain em dólar, RWA, emissão de Treasuries e liquidações internacionais. O histórico mostra que blockchains que integram USDC nativo experimentam rápido crescimento de ecossistema e capital.
Para quem avalia o futuro da Sei, trata-se de mais do que um avanço técnico; é o portal para uma nova era de crescimento. Capital, usuários e inovação on-chain levarão a Sei a um novo patamar, com o USDC como elemento de conexão.
A aceleração do TVL, a expansão do market cap e da liquidez dos stablecoins, e o surgimento de inovações e cenários multichain serão determinantes para definir se a Sei será, de fato, a próxima grande blockchain pública.