Um novo relatório do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) levantou dúvidas sobre o papel a longo prazo das stablecoins no sistema financeiro global, afirmando que elas não atendem aos três critérios necessários para funcionar como uma verdadeira moeda.
BIS, a entidade que coordena os bancos centrais em todo o mundo, divulgou o Relatório Econômico Anual de 2025 na terça-feira, destacando preocupações sobre a estrutura, a estabilidade e a integridade das stablecoins.
BIS Aviso Sobre Moedas Stablecoin Sem Singularidade, Elasticidade E Integridade
De acordo com o relatório, as stablecoins não atendem aos padrões de unicidade, resiliência e integridade. Estas são as características essenciais que o BIS considera necessárias para qualquer instrumento que espera apoiar o sistema monetário moderno.
O relatório afirma: "As stablecoins não atendem bem a três características desejadas para acordos monetários saudáveis e, portanto, não podem ser o pilar do sistema monetário no futuro."
Os autores reconhecem que as stablecoins têm vários benefícios. Incluem a capacidade de programação, o anonimato e a facilidade de uso. A sua estrutura também proporciona transações mais rápidas e baratas, especialmente para pagamentos transfronteiriços.
Mas o BIS concluiu que essas vantagens não são significativas em comparação com os riscos, especialmente quando comparadas às moedas emitidas por bancos centrais e instituições financeiras regulamentadas.
O relatório afirma: "Ao contrário do dinheiro garantido pelos bancos centrais, que é aceito a par e não requer verificação de antecedentes, a moeda estável é emitida por organizações privadas e pode ser negociada a preços flutuantes."
Isto enfraquece a noção de unidade, a ideia de que a moeda deve ter um valor uniforme em todo o sistema.
Em relação à questão da elasticidade, o BIS argumenta que as stablecoins não podem reagir a choques ou a um aumento repentino na demanda da mesma forma que a moeda do banco central.
O relatório observa que "Qualquer fornecimento adicional de stablecoin requer que os detentores paguem o total antecipadamente", descrevendo isso como "um rigoroso sistema de pagamento antecipado em dinheiro".
Pelo contrário, o sistema bancário tradicional depende do banco central para injetar liquidez em momentos de tensão.
O terceiro teste, a integridade, levanta a maior preocupação. O relatório destaca a possibilidade de stablecoin, especialmente aquelas mantidas em carteiras não custodiais, poderem ser utilizadas para atividades ilegais.
BIS escreveu que: "As stablecoins têm deficiências significativas em promover a integridade do sistema monetário", referindo-se à sua vulnerabilidade à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e à evasão de sanções.
No entanto, o BIS reconhece que a demanda por stablecoins ainda existe, especialmente em países com alta inflação ou restrições ao acesso ao dólar americano. Mas eles enfatizam que o papel delas deve ser estritamente limitado e rigorosamente regulado.
“A sociedade pode reaprender as lições históricas sobre as limitações de uma moeda não saudável”, alertam os autores. “A ação audaciosa dos bancos centrais e de outras autoridades públicas pode impulsionar o sistema financeiro na direção certa.”
O relatório causou uma onda no mercado. As ações da Circle, a emissora do USDC, caíram mais de 15% na terça-feira depois que o BIS anunciou. As ações da Circle atingiram o recorde histórico de 299 dólares na segunda-feira, mas caíram para 222 dólares após o anúncio.
Enquanto o BIS critica as stablecoins, eles têm uma visão mais otimista sobre a tokenização. O relatório descreve a tokenização como uma "inovação transformadora" que pode reforçar a infraestrutura financeira construindo sobre os sistemas existentes.
A reação a este relatório foi bastante mista. Algumas pessoas na comunidade de criptomoedas rejeitam essas descobertas, pois acreditam que são previsíveis. Jim Walker, economista-chefe da Aletheia Capital, disse: "BIS está se opondo às criptomoedas de forma excessiva".
Ele argumentou que chamar o apoio do banco central como um requisito importante para a moeda é "ridículo" quando se considera os fracassos monetários no passado.
O relatório do BIS aumenta a supervisão rigorosa das autoridades reguladoras sobre stablecoins em todo o mundo.
Embora o uso deles continue a aumentar, especialmente em mercados emergentes, a mensagem do BIS é muito clara: as stablecoins ainda não estão prontas para substituir as moedas tradicionais e pode ser que nunca consigam.
Apesar das Críticas do BIS, o Impulso das Stablecoins Continua a Crescer
Enquanto o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) continua a alertar sobre a integração de stablecoins nas finanças tradicionais, a demanda global por esta moeda digital em dólares revela uma história diferente.
O fornecimento de stablecoin já ultrapassou 150 bilhões de dólares, com o uso crescente por parte de instituições e varejistas. Em 2024, as stablecoins até superaram a Visa por um curto período em volume de transações, um marco que mostra como os gigantes de pagamentos estão fazendo uma mudança séria.
Grandes corporações como a Amazon e a Walmart estão supostamente explorando sistemas baseados em stablecoin, colocando mais pressão sobre prestadores de serviços tradicionais como a Visa e a Mastercard. Enquanto isso, a Ripple está se preparando para entrar no mercado com uma moeda estável apoiada pelo dólar americano, aumentando ainda mais a concorrência.
O Senado dos EUA aprovou recentemente a Lei GENIUS, um projeto de lei destinado a estabelecer uma estrutura regulatória para stablecoins. Se aprovado pela Câmara dos Representantes, poderá transformar os EUA no centro global para ativos digitais suportados por dólares.
Até o presidente Donald Trump expressou seu apoio a esta legislação.
À medida que os stablecoins se tornam cada vez mais populares, plataformas como Coinbase e JPMorgan estão construindo infraestrutura para pagamentos em moeda criptográfica e cerca de 90% das instituições financeiras estão atualmente usando ou explorando a integração de stablecoins.
Apesar das dúvidas do BIS, a força motriz por trás das stablecoins continua a crescer, com regulamentação, inovação e adoção a impulsionar a próxima fase.
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BIS "Dói Gáo Água Fria" Em Moeda Estável: Nunca É Uma Moeda Real?
Um novo relatório do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) levantou dúvidas sobre o papel a longo prazo das stablecoins no sistema financeiro global, afirmando que elas não atendem aos três critérios necessários para funcionar como uma verdadeira moeda. BIS, a entidade que coordena os bancos centrais em todo o mundo, divulgou o Relatório Econômico Anual de 2025 na terça-feira, destacando preocupações sobre a estrutura, a estabilidade e a integridade das stablecoins. BIS Aviso Sobre Moedas Stablecoin Sem Singularidade, Elasticidade E Integridade De acordo com o relatório, as stablecoins não atendem aos padrões de unicidade, resiliência e integridade. Estas são as características essenciais que o BIS considera necessárias para qualquer instrumento que espera apoiar o sistema monetário moderno. O relatório afirma: "As stablecoins não atendem bem a três características desejadas para acordos monetários saudáveis e, portanto, não podem ser o pilar do sistema monetário no futuro." Os autores reconhecem que as stablecoins têm vários benefícios. Incluem a capacidade de programação, o anonimato e a facilidade de uso. A sua estrutura também proporciona transações mais rápidas e baratas, especialmente para pagamentos transfronteiriços. Mas o BIS concluiu que essas vantagens não são significativas em comparação com os riscos, especialmente quando comparadas às moedas emitidas por bancos centrais e instituições financeiras regulamentadas. O relatório afirma: "Ao contrário do dinheiro garantido pelos bancos centrais, que é aceito a par e não requer verificação de antecedentes, a moeda estável é emitida por organizações privadas e pode ser negociada a preços flutuantes." Isto enfraquece a noção de unidade, a ideia de que a moeda deve ter um valor uniforme em todo o sistema. Em relação à questão da elasticidade, o BIS argumenta que as stablecoins não podem reagir a choques ou a um aumento repentino na demanda da mesma forma que a moeda do banco central. O relatório observa que "Qualquer fornecimento adicional de stablecoin requer que os detentores paguem o total antecipadamente", descrevendo isso como "um rigoroso sistema de pagamento antecipado em dinheiro". Pelo contrário, o sistema bancário tradicional depende do banco central para injetar liquidez em momentos de tensão. O terceiro teste, a integridade, levanta a maior preocupação. O relatório destaca a possibilidade de stablecoin, especialmente aquelas mantidas em carteiras não custodiais, poderem ser utilizadas para atividades ilegais. BIS escreveu que: "As stablecoins têm deficiências significativas em promover a integridade do sistema monetário", referindo-se à sua vulnerabilidade à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e à evasão de sanções. No entanto, o BIS reconhece que a demanda por stablecoins ainda existe, especialmente em países com alta inflação ou restrições ao acesso ao dólar americano. Mas eles enfatizam que o papel delas deve ser estritamente limitado e rigorosamente regulado. “A sociedade pode reaprender as lições históricas sobre as limitações de uma moeda não saudável”, alertam os autores. “A ação audaciosa dos bancos centrais e de outras autoridades públicas pode impulsionar o sistema financeiro na direção certa.” O relatório causou uma onda no mercado. As ações da Circle, a emissora do USDC, caíram mais de 15% na terça-feira depois que o BIS anunciou. As ações da Circle atingiram o recorde histórico de 299 dólares na segunda-feira, mas caíram para 222 dólares após o anúncio. Enquanto o BIS critica as stablecoins, eles têm uma visão mais otimista sobre a tokenização. O relatório descreve a tokenização como uma "inovação transformadora" que pode reforçar a infraestrutura financeira construindo sobre os sistemas existentes. A reação a este relatório foi bastante mista. Algumas pessoas na comunidade de criptomoedas rejeitam essas descobertas, pois acreditam que são previsíveis. Jim Walker, economista-chefe da Aletheia Capital, disse: "BIS está se opondo às criptomoedas de forma excessiva".
Ele argumentou que chamar o apoio do banco central como um requisito importante para a moeda é "ridículo" quando se considera os fracassos monetários no passado. O relatório do BIS aumenta a supervisão rigorosa das autoridades reguladoras sobre stablecoins em todo o mundo. Embora o uso deles continue a aumentar, especialmente em mercados emergentes, a mensagem do BIS é muito clara: as stablecoins ainda não estão prontas para substituir as moedas tradicionais e pode ser que nunca consigam. Apesar das Críticas do BIS, o Impulso das Stablecoins Continua a Crescer Enquanto o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) continua a alertar sobre a integração de stablecoins nas finanças tradicionais, a demanda global por esta moeda digital em dólares revela uma história diferente. O fornecimento de stablecoin já ultrapassou 150 bilhões de dólares, com o uso crescente por parte de instituições e varejistas. Em 2024, as stablecoins até superaram a Visa por um curto período em volume de transações, um marco que mostra como os gigantes de pagamentos estão fazendo uma mudança séria. Grandes corporações como a Amazon e a Walmart estão supostamente explorando sistemas baseados em stablecoin, colocando mais pressão sobre prestadores de serviços tradicionais como a Visa e a Mastercard. Enquanto isso, a Ripple está se preparando para entrar no mercado com uma moeda estável apoiada pelo dólar americano, aumentando ainda mais a concorrência. O Senado dos EUA aprovou recentemente a Lei GENIUS, um projeto de lei destinado a estabelecer uma estrutura regulatória para stablecoins. Se aprovado pela Câmara dos Representantes, poderá transformar os EUA no centro global para ativos digitais suportados por dólares. Até o presidente Donald Trump expressou seu apoio a esta legislação. À medida que os stablecoins se tornam cada vez mais populares, plataformas como Coinbase e JPMorgan estão construindo infraestrutura para pagamentos em moeda criptográfica e cerca de 90% das instituições financeiras estão atualmente usando ou explorando a integração de stablecoins. Apesar das dúvidas do BIS, a força motriz por trás das stablecoins continua a crescer, com regulamentação, inovação e adoção a impulsionar a próxima fase.